sexta-feira, 8 de outubro de 2010

As Reuniões Públicas

O que é?

A palavra tem o poder do coração! No livro de Robson Pinheiro, CANÇÃO DE ESPERANÇA, o personagem principal, Franklin, fica sabendo da visita de um espírito superior na instância espiritual, em que ele foi socorrido, para fazer palestra. Na hora h, vendo a montagem do equipamento - microfone , para a nobre visitante se expressar,  morrendo de curiosidade, Franklin atira pro rapaz da montagem: – ei, por que tem esses fiozinhos que se perdem descendo, varando o piso do recinto! Onde vão parar!  O que o outro responde: ah! É pra ir pra uma região muito profunda, lá todos escutarão a  palestra da irmã! Mas, como?!!!, se foi me dito que em regiões profundas eles não estão atentos a isso!!! Nem entenderão o nível do assunto exposto! Ao que o montador prestativo responde: ah!! Não entenderão, mas sentirão!! O amor da nobre senhora é tão grande que nem importa, pra eles, o que ela diz, mas como ela diz, e isso os impregnará de energias e vibrações no teor do que ela fala!

Em tudo que fazemos, interagimos, interferimos, falamos,  vai o teor do nosso  magnetismo, e inconscientemente estendemos de nós uma energia, nas nossas ações, que são a expressão fiel da nossa alma, e não engana a espírito algum!

O Evangelho Segundo o Espiritismo nos esclarece que “a natureza do instrumento já nos diz o uso que dele deve ser feito”,  a inteligência é para servir a Deus!  Da mesma forma  palavra é um instrumento.

A palavra articulada bem usada consola, esclarece, alerta, adverte, diverte, etc e dependendo do magnetismo pessoal de quem a usa adquire graus altíssimos de persuasão, consolo etc. O espiritismo tem em seus divulgadores os palestrantes, e a esses representantes, estudiosos de si e do evangelho cabe a responsabilidade de, com habilidade e amabilidade, conduzir conhecimentos, esclarecimentos e consolações como o Mestre fez, para os necessitados, desconhecedores e conhecedores do evangelho e da verdade!

As palestras espíritas originaram-se do próprio Cristo quando no  silêncio da tarde, após o trabalho, reunia-se com apóstolos e transeuntes para discussões esclarecedoras e consoladoras, em torno das verdades divinas em nossa relação com  a vida, culminando com socorro de toda sorte de necessitados físicos, mentais, morais, posteriormente, contando com a ajuda dos apóstolos. Essa era a verdadeira igreja do Cristo: a palavra e o trabalho diretamente com os necessitados, continuada, após sua morte, pelos apóstolos com a formalização da CASA DO CAMINHO. Passado o tempo, essa  “igreja dos apóstolos”,  igreja dos primeiros cristãos, também ,  descaracterizou-se, pelos seus descendentes ao longo da história, e apesar de conservar a oratória, acrescentaram mudanças que culminaram nos moldes ritualísticos institucionais de todas as religiões ocidentais atuais.

A palestra espírita tem as mesmas funções das do Cristo em sua linha mais pura, consolar, esclarecer em torno das verdades do Pai,  a nossa contextualização terrena, estendendo-se a conhecimentos da vida espiritual: mediunidade, vida após a morte do corpo, reencarnação, etc;  conhecimentos legados pelo próprio Cristo, pelas mãos sábias de Kardec, cumprindo a promessa correspondente ao que Ele mesmo proferiu no evangelho “ Eis que enviarei o consolador prometido e ele vos esclarecerá de tudo que já lhe tenho dito”.

Ao PALESTRANTE, esse representante ambulante da doutrina, cabe a missão de divulgar, não só na tribuna institucionalizada espírita, mas nos mesmos moldes de simplicidade e sacrifício do mestre, entre necessitados, o amor do Cristo, exercitando-o em si mesmo para  que atinja a contento não só na mente, mas principalmente no coração  carente onde mais se faz necessário o conforto e o esclarecimento urgente do evangelho!  


“Vinde a mim vós que estás cansados e oprimidos e eu vos aliviarei!”

Por Ricardo Souto

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